O quão longe estamos dispostos a ir para alcançar as metas imaginárias que traçamos na vida?
Matar uns aos outros, matar a si mesmo
Afogar na imensidão do próprio ego, do próprio desejo
Se tornar tão irreconhecível a si mesmo, até que as mentiras se tornem verdade e o passado se torne um desconhecido
Pensei saber sob qual chão eu pisava, pensei calcular cada passo
Mas eu nunca soube de nada, e me perdi em meio as minhas farças
Jurei que aquela era nada além do eu que reprimi por tantos anos
Quando, era só mais uma persona que criei para conquistar um papel em uma peça diferente
Para onde se foi a garota de grandes sorrisos que falava de mais?
Nada está como antes, e eu não quero que esteja
Há coisas de mais para se viver, para muito além do que o tempo permite
Então, por onde seguir?
Sempre haverão arrependimentos, mas não quero colecioná-los
Quero que seja um aprendizado, um recomeço nessa caminhada sem início ou fim
A juventude nem sempre estará aqui para eu cometer erros
O fim da infância não me permite saber de tudo
A consciência do nada é cada vez mais presente
Por que caminho seguir?
Beira a crueldade exigir que tomemos tal decisão
Mas não podemos fugir dela, não há como não escolher
Pois isso, por si só, é uma escolha
Cada piscar de olhos abre um ramo de possibilidades, criando mundos de 'e se'
Nada disso importa, pois o implacável tempo não para, não retrocede, não da segundas chances
Nele se brota a vida, as possibilidades, o presente
Não há volta para o que já está feito, para o que deixamos de fazer
E o mesmo tempo que desola também cura, e nos dá tempo de florecer
De deixar brotar um novo eu
Que dentre todos, tenho fé que em fim seja apenas eu mesma.